sábado, 15 de junho de 2013

Uma vida iluminada.




O mundo primeiro, criado, contem o sentido possível, a totalidade potencial, e o seu desvelamento ilumina o brilho no futuro, com seus fragmentos, ainda sem conexões ou ligações, dispostos em caixas, em vasos, frágeis conteúdos e continentes, alinhados nas prateleiras, a serem interpretados. 
Reconhecidos.

Partes de vidas, de gestos, de coisas e objetos familiares estranhos ao tempo, pertences de outras épocas, incrustados nos seus resíduos e precárias formas, aguardam as ordens, sentidos e valores originais. 

Expostos aos rigores das estações, escorrem como correm os rios, sem a mesma água e átomo a cada visada e mergulho.

No campo de girassóis, vazia a arquitetura e perdida a cidade, sem partes a serem coladas ou ajustadas suas montagens e desencontros, mergulha a palavra e o desejo, as mãos recolhem a terra decomposta dos corpos assassinados.

outubro.2015

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