terça-feira, 18 de dezembro de 2012

A cidade


A CIDADE, POR ALBANO MARTINS

«Uma cidade pode ser apenas um rio, uma torre, uma rua com varandas de sal e gerânios de espuma.(...) 
Uma cidade pode ser um coração, um punho.»

segunda-feira, 26 de novembro de 2012

Esquecimento


Afastados, o olhar desencantado aprecia o ônibus,
A distancia
Afasta-se, jovem agora.

quinta-feira, 8 de novembro de 2012

Paraiso perdido

e então Satanaz vos convenceu que não conheceis a verdadeira felicidade, porque ela hoje e’ inconsciente;
e seu paraíso e’ externo e se alcançarem o conhecimento,

então não tereis pena alguma
Para deixar este paraíso; vo’s possuireis
Um paraíso em vo’s, e sereis felizes.

Milton

sábado, 3 de novembro de 2012

Noites brancas



Escurecem os dias, abatem-se as luzes e os claros,
rareiam os brilhos do sol na verde, densa e escura mata, 
suspensos os movimentos dos ares e 
os airosos sentidos, 
e poeiras circulam apressadas 
nos quentes e francos destinos.

Viagens furam escuros túneis, 
faróis altos abrem clareiras aos 
estreitos caminhos ignorados.

Iremos disputar face a face os nossos lugares, 
os mais privilegiados, 
os melhores, 
frente a frente,
de costas, do palco, 
com a plateia.





terça-feira, 16 de outubro de 2012

ontem


ontem
aprendo, apreendo nas escuras nuvens os tetos infames do domingo chuvoso, 

sexta-feira, 12 de outubro de 2012

Campanhiada


As duas ou três vezes que me abriram
A porta do salão onde esta’ gente,
Eu entrei, triste de mim, contente-
E `a entrada sempre me sorriram …

Mario de Sa’- Carneiro

terça-feira, 2 de outubro de 2012

Felicidade



Quando eu esperava pela felicidade, 
era a infelicidade que se aproximava.
Quando eu esperava encontrar a luz..... 
defrontava-me com as trevas.
Jo’ 30, 26

domingo, 23 de setembro de 2012

Julieta



"E ele adornara’ tao bem o céu
que o mundo adorara’ a noite"
Shakespeare
Romeu e Julieta


terça-feira, 3 de julho de 2012

Garganta



Nao sei em que momento desfiada a corda, quando foi rompida a linha e o evento, 
nao sei em que ponto, em que tempo deslocamos nossas direções e posições, 
em que instante e lugar deixei enterrado a minha marca/ a faca cega de retorno.
julho 2012

segunda-feira, 11 de junho de 2012

Linda



Cabia falar o mínimo. 
O suficiente para vazar o necessário quinhão, 
somente para adiar o longo dia.
Cabia pensar os limites, segregar a paixão, estender as muralhas, 
deixando ao lado, insatisfeito, o desejo insensato.
No canto da adiada espera, da curta despedida, 
escondidos os gestos, 
os olhos escuros corrompiam a perda infinita.

sábado, 19 de maio de 2012

na espera


enquanto aguardo,
escurece enquanto aguardo, 
e meu rosto, 
Espelha, contra o vidro, cabelos brancos.
enquanto penso, desconfio,
de mim, do salto, da terra; 
calado, enquanto penso,
e meu corpo descansa suas dores na cadeira dura.
enquanto...
enquanto espero mais um pouco, cuidado,
esmoreço,
E a angustia noturna espalha um hálito frio nas minhas costas.
Ao lado, pessoas e pessoas olhando fixamente a frente, 
esperam como eu.
aguardam.
k

quarta-feira, 11 de abril de 2012

sexta-feira, 30 de março de 2012

Remetente


A carta desafia os ares,
encanta em partes, a fala ensina,
em fim,
que desejos insaciáveis rondam, cavaleiros, viajantes,
entanto, sombras, carmins,
como,
no meio do caminho desviar da rota traçada?
Destinatário de mim.

segunda-feira, 19 de março de 2012

tentativa



a graça
ocupa o vazio de tua criação,
limita
a liberdade infinda,
a vontade perdida de tanta ambição.

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

Em tempos

E para que poetas em tempos de indigência?
mas eles sao, dizes, 
como os sacerdotes consagrados pelo deus do vinho
que caminham de um lugar a outro na noite santa.
Holderlin

sábado, 11 de fevereiro de 2012

Festa


Quem leva na testa a marca distinta,
no bolso guinéus e libras,
quem carrega nas maos as armas, a espada,
expostas as marcas do poder e a chama ardente,
nao fica retido, de fora da festa.

domingo, 15 de janeiro de 2012

Nunca



Eu nao sabia que era assim.
Uma viagem sem retorno, uma dor, uma falta que se repete,  incessante.
Um mal estar, um enjoo, mas as vezes, um prazer, 
Eu nao sabia que nao passava de
Um gesto, de uma visão, de um mal que adormeça.
Nunca me disseram ou me alertaram, mas como assim:
Os que vieram antes,
Escreveram paginas e livros, talvez, mas nao li,
Cantaram, em solo e coro, mas nao ouvi,
Riscaram e pintaram, deixaram gravados em tela, papel e pedra,
Mas meus olhos se negaram a ver. 
Nunca mais adianta saber.