domingo, 7 de outubro de 2018

Quando foi

Em que momento deixamos de ser humanos, abandonamos os afetos universais, desleixamos os suaves gestos de solidariedade, esquecemos a fala doce e os ouvidos atentos, em que instante voltamos a se comportar como animais de rapina e ódio?
Em que cruzamento, escolhemos o caminho do mal, em que encruzilhada, insanos, nos dirigimos `a senda da exclusão e da separação, quando abandonamos em campo segregado, inúteis, os outros humanos, desiguais e diferentes corpos?
Em que encontro, deixamos de lado a razão e os argumentos ditos, quando a força do braço, os olhos em fúria, desfechou o golpe fatal da violência, impos a marca da morte, impulsionou a arma que cala, machuca e destrói?

Sobra, encanto, a suave ternura, consciente, que não se deixa enganar, sobra o momento redentor, o evento que inventa, sobra o amor que tudo pode, que tudo sonha, que tudo revela, imagina, desfaz o intricado no´, sobra o amor que tudo e´.

Kleber