Quem me pergunta,
Mas sabe de antemão a resposta,
Quem conhece todo o caminho ao pisar em seu bordo inicial?
Quem me surpreende, na verdade,
Quem me escuta,
Quem, serão os de sempre?
Quem se move aos montes, nas ruas,
serão os de sempre,
iguais aos iguais que caminham ao meu lado,
e fazem o caminho, a circular?
sábado, 31 de dezembro de 2011
sábado, 8 de outubro de 2011
Restos
Descobri, tarde demais,
somei e dividi as despesas, maiores
que os parcos ganhos.
Antecipei o sonho, tarde,
nas ruas sobraram, ponto a ponto,
os desejos e os eventos desmaiados.
Agora ficam, em restos, em trapos,
lançados os longos textos desfeitos.
Sobram.
terça-feira, 4 de outubro de 2011
domingo, 25 de setembro de 2011
So'
Fica só, sem mim, que esqueci porque durmo,
Lisboa com suas casas
De várias cores.
Fernando Pessoa
sexta-feira, 9 de setembro de 2011
Amo a vida, as mulheres e as cidades
¿Cuáles son los placeres de la vida?
R. Primero, el amor y luego, la admiración. Me gusta mucho encontrar a jóvenes y a mujeres que hacen cosas y a las que admiro. Y me gustan las grandes ciudades: Barcelona, Madrid, una pequeña estancia que tuve en Toledo. Amo la vida, las mujeres y las ciudades.
Stephane Hessel, in el pais
terça-feira, 16 de agosto de 2011
Tentativa
A graça
Ocupa o vazio de sua criação,
Limita a potência dita,
A liberdade infinda.
Volto a esperar,
A vontade de tanto desejo.
Ignoro.
domingo, 26 de junho de 2011
sexta-feira, 24 de junho de 2011
terça-feira, 31 de maio de 2011
Ordinário
Quando do ordinário, a vida surpreende e escapa `a determinação da imagem criada, da ordem imposta da necessidade, da face superficial do visível e banal cotidiano?
Estranhos e únicos momentos, estes primeiros a serem aproveitados, imprevisíveis quando aos seus tempos de graça e retornos e que aguardam outras excepcionais oportunidades que poderão vir. Virão.
sábado, 28 de maio de 2011
O homem habita esta terra.
Cheia de méritos, mas poeticamente
O homem habita esta terra. Mais puro, porém,
Do que a sombra da noite com as estrelas,
Se assim posso dizer, e’
O homem, esse que se chama imagem do divino.
Hoderlin
terça-feira, 24 de maio de 2011
There will never be like another you,
Ou não, quando ja’ não tem tenho mais, quando não vejo mais, quando não cheiro mais, quando falta, quando excede a ausência,
outra será igual?
Como foi
Como será,
não haverá mais nenhuma igual a você.
Desdobro a fala, anuncio a tela, em foco, contra a luz a sombra dobra o contorno do fim.
Desfaço o desejo, sem medo, encaminho as vozes, desligo a vontade no canto da sala lançada,
Desmonto o brinquedo, de lata, de cobre e prata, rodas e pião, avião, tambor e canção,
Mergulho sem fim na escuridão.
Retorno a seu jeito de ser, de falar, de encostar corpo a corpo, nos lençóis desta cama de madeira escura.
Refaço a caminho de volta.
Outra vez.
sexta-feira, 13 de maio de 2011
Pesares
De manhã à noite, dilúvio sobre a cidade,
Desloca o sentido,
Embrutece os sabores,
O cheiros e olores.
Dia de chuva, tempestade,
Nos telhados, os pingos em profusão,
Tamborilam tambores,
Efusão de ruídos,
De ritmos, de dores,
De contínuos pesares
Noturnos.
Como sempre
O peso não pesa ao corpo,
nem o espírito desmancha em brisas, em ventos ventosos.
Em relâmpagos em xis, soam enigmas,
Amem.
No intervalo, recupero a bola lançada ao alto do telhado,
Embora, telhas e galhos, suspensos nos céus, caquis e carambolas, aspiram.
No fim da quintal,
Na brecha do céu,
No escuro do muro,
Reconheço o gosto da fruta do pecado,
me escapa o nome, o sabor, o aroma, o sopro e mel.
No boliche, me espinha junto a pele, o suéter,
me suspira um encanto, em canto,
me inspira e me apaixona a toalha xadrez.
Em santo Antonio, desafio as chegadas de alguém.
Serei eu que caminha, sozinho, para a casa,
nas ruas cercadas de sombras e cheiros?
domingo, 30 de janeiro de 2011
Castelo
Nas margens do castelo,
do outro lado das portas e do fosso,
a cidade ensaia o prazer e o gosto.
Emoção.
Afinal.
quinta-feira, 6 de janeiro de 2011
Em tempos.
E para que poetas em tempos de indigência?
mas eles sao, dizes, como os sacerdotes consagrados pelo deus do vinho
Que caminham de um lugar a outro na noite santa.
Holderlin
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