terça-feira, 31 de maio de 2011

Ordinário

Quando do ordinário, a vida surpreende e escapa `a determinação da imagem criada, da ordem imposta da necessidade, da face superficial do visível e banal cotidiano? 
Estranhos e únicos momentos, estes primeiros a serem aproveitados, imprevisíveis quando aos seus tempos de graça e retornos e que aguardam outras excepcionais oportunidades que poderão vir. Virão.

sábado, 28 de maio de 2011

O homem habita esta terra.

Cheia de méritos, mas poeticamente
O homem habita esta terra. Mais puro, porém,
Do que a sombra da noite com as estrelas,
Se assim posso dizer, e’
O homem, esse que se chama imagem do divino.
Hoderlin

terça-feira, 24 de maio de 2011

There will never be like another you,


Ou não, quando ja’ não tem tenho mais, quando não vejo mais, quando não cheiro mais, quando falta, quando excede a ausência,
outra será igual?
Como foi
Como será,
não haverá mais nenhuma igual a você.
Desdobro a fala, anuncio a tela, em foco, contra a luz a sombra dobra o contorno do fim.
Desfaço o desejo, sem medo, encaminho as vozes, desligo a vontade no canto da sala lançada,
Desmonto o brinquedo, de lata, de cobre e prata, rodas e pião, avião, tambor e canção,
Mergulho sem fim na escuridão.
Retorno a seu jeito de ser, de falar, de encostar corpo a corpo, nos lençóis desta cama de madeira escura.
Refaço a caminho de volta.
Outra vez.

sexta-feira, 13 de maio de 2011

Pesares

De manhã à noite, dilúvio sobre a cidade,
Desloca o sentido,
Embrutece os sabores,
O cheiros e olores.
Dia de chuva, tempestade,
Nos telhados, os pingos em profusão,
Tamborilam tambores,
Efusão de ruídos,
De ritmos, de dores,
De contínuos pesares
Noturnos.

Como sempre


O peso não pesa ao corpo,
nem o espírito desmancha em brisas, em ventos ventosos.
Em relâmpagos em xis, soam enigmas,
Amem.

No intervalo, recupero a bola lançada ao alto do telhado,
Embora, telhas e galhos, suspensos nos céus, caquis e carambolas, aspiram.
No fim da quintal,
Na brecha do céu,
No escuro do muro,
Reconheço o gosto da fruta do pecado,
me escapa o nome, o sabor, o aroma, o sopro e  mel.

No boliche, me espinha junto a pele, o suéter,
me suspira um encanto, em canto,
me inspira e me apaixona a toalha xadrez.
Em santo Antonio, desafio as chegadas de alguém.
Serei eu que caminha, sozinho, para a casa,
nas ruas cercadas de sombras e cheiros?