Um outro normal
e’ possível?
Vi uma estrela luzindo
Na minha vida vazia.
....
Por que tão alto luzia?
E ouvi-a na sombra funda
Responder que assim fazia
Para dar uma esperança
Mais triste ao fim do meu dia.
Manuel Bandeira
A comunidade europeia anunciou que 2035 sera’ o ano limite para a produção e comercialização de veículos movidos a motores `a explosão ou híbridos, que usem gasolina, gás natural ou diesel como combustível.
Pesquisa publicada pelo El Pais, em 01/ 11/ 2021, demonstra que espanhóis são favoráveis a esta proposta, como outras, de proibir voos comerciais entre cidades a menos de 300 Km e servidos por trens de passageiros. Na Espanha, em áreas urbanas acima de 50.000 moradores, desde 2021, já’ estão proibidas as movimentações de veículos poluentes.
Completa a reportagem: “La crisis de la covid ha tenido un impacto en los hábitos de movilidade. Por ejemplo, el 56,9% sostiene que realiza más desplazamientos andando y el 20,6% declara haber incrementado el uso de la bicicleta. Además, el 9,3% asegura que usa más el patinete eléctrico.”
Em todo mundo, como na Espanha, crescem as preocupações com as mudanças climáticas que colocam em risco as condições ambientais do planeta e aguarda-se que países assumam compromissos mais efetivos, a partir da conferência do clima da ONU COP 26, no enfrentamento deste desafio global.
Estamos o Espírito Santo e a metrópole, nos preparando para estas possíveis mudanças?
1. Quais os impactos no consumo de aço, petróleo e de minério de ferro no mercado internacional, principais pautas de produção e exportação capixaba?
2. A metrópole esta’ se ajustando para as alterações dos hábitos de deslocamento, restringindo o uso e circulação dos carros e estimulando os deslocamentos não motorizados?
3. O plano de desenvolvimento metropolitano, aprovado em 2018, sairá das gavetas do governo do estado, e sera’ referência para as decisões públicas de articulação e mobilidade urbanas?
Viagens ao exterior, divulgando, em fóruns internacionais, boas intenções para a redução da emissão de gases, proteção e recuperação de florestas, são inúteis e pouco efetivas. As mudanças climáticas, em nível global, as poluições locais, geradas por indústrias e processos extrativistas, exigem uma revisão do modelo econômico, baseado na concentração dos capitais, na dependência das exportações de commodities e na exploração do trabalho precário.
Um futuro saudável exige reconverter a economia local. O estado tem experiências significativas e iniciativas criativas na produção de bens e serviços, que agregam novas tecnologias virtuais e pragmáticas, capazes de estabelecer uma nova base econômica verde, adequada aos novos e exigentes tempos. Estamos formando jovens talentos, explorando pesquisas e processos, acumulando capacidades intelectuais e artísticas, uma base crítica que e’ o fermento e a impulsão de outros meios de produção, distribuicao e consumo.
As cidades, onde vivem mais de 80% da população e’ o locus, o local onde se encontra, em potência, estas possibilidades futuras. Investir na educação e saberes, financiar projetos inovadores, tecnológicos e culturais, e’ um caminho, que passa pela redução das desigualdades urbanas, melhoria da qualidade da mobilidade, e qualificação e ampliação dos espaços públicos.
Kleber Frizzera/ novembro 2021
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